quinta-feira, 20 de março de 2008

Estanislau Monteiro (cont.)

Entrevista
Com Estanislau Monteiro, secretário-executivo da Associação Nacional dos Rondonistas - Projeto Rondon

por Cecília de Paiva

parte II


A visita do professor Estanislau Monteiro foi rápida, mas muito intensa. O bate-papo se estendeu e aqui deixamos registrado um pouco da sua disponibilidade e do seu carisma rondonista.

Rondonews: Quando e onde está acontecendo a prática rondonista?
Estanislau: Em quase todo o Brasil. Essas operações acontecem não somente nas grandes férias, como em janeiro, fevereiro e julho. Há nos finais de semana também, são as operações especiais. Lá em Brasília há um convênio com uma universidade para alunos atuarem nas cidades satélites, em locais próximos. Também temos lá o “Esporte à meia-noite” que é uma iniciativa do Governo Federal e há rondonistas em parceira.
Outro projeto é “Picasso não pichava, Picasso pintava” que, em vez de a garotada sair pinchando por aí, são convidados a colocar sua criatividade nas telas, ou em murais. Isso são operações de convênio e sempre aproveitando o que já acontece no local porque o sentido não é o de interferir. Nós rondonistas vamos lá, conversamos e vemos o que comunidade precisa e não sabe como fazer. Ter uma equipe que queira fazer, acontece.

Rondonews: E a sua vinda a MS?
Estanislau: Encontramos um grande apoio nesta vinda. Há dois anos vim com um grupo e visitamos o Governador, o prefeito da Capital, fomos às universidades, falamos com a imprensa, e levamos a idéia de fazer de MS um grande Estado para as operações rondonistas, participante das ações Nacional, regionais e estaduais. Agora com essa nova diretoria a presença rondonista é mais forte, há meios de realmente incentivar estudantes deste estado a atuarem em outras regiões do País, e de outras regionais virem para Mato Grosso do Sul. É incentivar a troca entre estados, entre seus vizinhos e entre seus municípios, fazer acontecer convênios com governos e prefeituras para contribuir com o que acontece na região.
Rondonews: E o Projeto interligando o Canadá?
Estanislau: Em relação ao Canadá, viemos viabilizar a oportunidade de uma equipe de Mato Grosso do Sul participar de um programa de intercâmbio durante seis meses. São seis meses, a começar em julho deste ano, envolvendo nove estudantes e um professor daqui e outros nove canadenses que viriam para Campo Grande. O grupo do Canadá se juntará aos de Mato Grosso do Sul para trabalhar durante três meses em um município que será escolhido pela Associação de MS. Depois, serão três meses lá no Canadá, numa comunidade canadense.

Rondonews: É considerado um programa de extensão?
Estanislau: Sim. Será interrompido o semestre para fazer essa extensão, mas veja que experiência será adquirida por esses participantes. Tem a exigência da língua também. O professor deve falar francês e os alunos devem ter uma noção mínima, assim como é exigido dos alunos canadenses, para poderem se comunicar no local de atuação.

Rondonews: Como é feito os contatos canadenses?
Estanislau: Lá existe uma entidade que se chama “Jeunesse Canadá Monde” que significa Juventude Mundial Canadense, uma ONG que age como os rondonistas, e são atuantes no mundo inteiro. E esse programa está no seu 10º ano de atuação no Brasil, acontecendo isso desde 1999, lá no Rio Grande do Sul.

Rondonews: Quais suas expectativas sobre a atual gestão rondonista de MS?
Estanislau: Estou entusiasmado com a escolha do Adonir porque antes estávamos com problemas pela falta de liderança executiva. Embora ocorra grande apoio de Pedro Chaves, ele não dispõe de tempo, e faz parte do conselho, não da executiva. E ele depositou a confiança para a nova diretoria para que tudo seja feito. Neste Estado tem como desenvolver fortes ligações do Projeto Rondon com as instituições, ter a participação efetiva do estudante universitário, e é esse o alvo de todo o projeto. Sem o estudante não há projeto Rondon. O projeto tem compromisso com o estudante, com a universidade e a comunidade, independente de cor, raça, e partido político.
Rondonews: Todos os estados têm associação e estão atuantes?
Estanislau: Dois estados, o Pará e Amapá ainda não. Há umas mais atuantes, como essa do Rio Grande do Sul com o projeto nacional outras menos. Há um convênio sobre o registro civil dos povos indígenas que está com um projeto piloto sendo executado no estado do Amazonas pela Rondon Nacional e a associação local. Por ser projeto piloto, depois de fazermos a análise, pretendemos levar para outras áreas do país, e Mato Grosso do Sul será um dos primeiros, pelo número de sua população indígena.
Rondonews: Como é feito o contato com as associações existentes no País?
Estanislau: Nós acompanhamos, não controlamos. Sempre solicitamos informações para divulgarmos a troca de experiências. E quero anunciar o nosso encontro nacional, que será o 20º Encontro Nacional após a extinção como órgão de governo. Ocorre no primeiro domingo de maio, e este ano será em 4 de maio, em Brasília. Nele reunimos representantes de todos os estados e trocamos idéias, fazemos autocrítica, uma análise da situação, ver o que se pode melhorar dentro do planejamento estratégico que nasceu em 2006 e vai até 2017.
Rondonnews-ms
Assessoria de Comunicação Social Projeto Rondon-MS

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